28 julho 2010

Era tão mais fácil....

Se, às vezes, nos puséssemos no lugar dos outros.

imagem fantástica daqui

Vamos lá deixar de olhar para o nosso umbigo um bocadinho.... que o Mundo não gira à nossa volta.....
Vá lá.

22 julho 2010

Cadernetas de cromos e histórias de Vida

Ontem conheci a Isa.
O final de tarde convidava a um passeio à beira mar.
A caminho pensei para mim que nunca deveria ter ido viver para longe do mar...
Faz-me falta o cheiro e a visão das ondas embrulhadas que me embrulham também os pensamentos…… e arrependo-me de decisões que nada têm a ver com o mar, nem com o assunto, nem muito menos com a Isa.


…Entre imperiais, jazz, batatas fritas e desabafos, suguei-lhe as vivências de uma experiência de vida igual à minha.
Ouvi em minutos uma história de 5 anos, tão igual à minha de 5 meses. (com as devidas diferenças que o tempo faz acontecer).

…Fascinante ouvir a nossa história na boca e na vida de outra pessoa, como se as personagens, de repente, mudassem. Os nossos sentimentos, as nossas dores, os nossos receios vividos e sentidos por alguém que não somos nós.
…A palmada nas costas em ares de compreensão fez-me bem.
Bebi-lhe os conselhos e respirei em alívios de estados de espírito… afinal não era só eu que tinha cromos difíceis na minha caderneta.


daqui


Pedimos mais imperiais, mais batatas fritas e mais jazz enquanto o mar confirmava, em rebuliços, os ruídos de experiências complexas e agitadas como as nossas.
Levámos o resto do tempo a rever a caderneta, e no fim ela confirmou-me, com o olhar complacente de quem já passou pelo mesmo, que não vale a pena lutar pelo cromo mais difícil, que o espaço continuará sempre em branco….. pelo menos , na caderneta dela, ainda está. Deixou de o procurar há 2 anos e revolveu este Mundo e metade d’outro, durante 5 longos anos, a batalhar por algo que nunca teve.
Passados 7 anos, ainda lhe custa a lembrar as peripécias e os estados mais tristes da alma…não insisto nas perguntas, até porque lhe adivinho as respostas.


Vem-me à cabeça uma caderneta da Panini de Futebol que o meu irmão teve quando era miúdo e as lágrimas de felicidade de quando recebeu o cromo mais difícil.
Regressei ainda a pensar que nunca deveria ter deixado de viver ao pé do mar, e voltei a arrepender-me de decisões que nada têm a ver com o assunto.

01 julho 2010

Não me sái da cabeça...



ORNATOS VIOLETA - Ouvi dizer


"Ouvi dizer que o nosso amor acabou.
Pois eu não tive a noção do seu fim!
Pelo que eu já tentei,
Eu não vou vê-lo em mim:
Se eu não tive a noção de ver nascer um homem.
E ao que eu vejo,
Tudo foi para ti
Uma estúpida canção que só eu ouvi!
E eu fiquei com tanto para dar!
E agora
Não vais achar nada bem
Que eu pague a conta em raiva!
E pudesse eu pagar de outra forma!

Ouvi dizer que o mundo acaba amanhã,
E eu tinha tantos planos pra depois!
Fui eu quem virou as páginas
Na pressa de chegar até nós;
Sem tirar das palavras seu cruel sentido!
Sobre a razão estar cega:
Resta-me apenas uma razão,
Um dia vais ser tu
E um homem como tu;
Como eu não fui;
Um dia vou-te ouvir dizer:
E pudesse eu pagar de outra forma!
Sei que um dia vais dizer:
E pudesse eu pagar de outra forma!

A cidade está deserta,
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga! Ora doce!
Pra nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura!